quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A Saúde Mental é essencial para o bem-estar geral das pessoas

Dia Mundial da Saúde Mental
O dia dez de Outubro assinala o Dia Mundial da Saúde Mental, que este ano é encarada como “prioridade global”.

Sobre Saúde Mental sabemos, sobretudo, o que parece não ser.
Para além disso, definir o que é Saúde Mental é complexo, pois o seu conceito não está completamente definido. Contudo, desde o início do milénio que é claro para a OMS (Relatório sobre a Saúde Mental no Mundo, 2001) que “a Saúde Mental é essencial para o bem-estar geral das pessoas, das sociedades e dos países” e que esta tem sido negligenciada durante demasiado tempo, pelo que urge encarar a Saúde Mental sob um novo paradigma, com um novo olhar, mais claro, e mais esperançoso.
Avancemos, no entanto, com a definição possível de Saúde Mental como um equilíbrio que ultrapassa a globalidade biopsicossocial, para se definir também numa dimensão espiritual e cultural.Se partirmos do conceito de saúde da OMS, (“o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença e de enfermidade”), compreenderemos que falar de Saúde Mental, alheando-a da saúde física, é para nós um exercício falhado.
Os dois elementos estão ligados entre si e são interdependentes.
Logo, é de difícil justificação que se mantenham formas discriminatórias e estigmatizantes do conceito de Saúde Mental.
Os problemas de Saúde Mental (visados na Resolução do Conselho de Ministros nº 49/2008) constituem, actualmente, a principal causa de incapacidade e uma das mais importantes razões para a morbilidade nas nossas sociedades.
Estando patente no Diário da República, de 6 de Março de 2008, onde foi publicada a Resolução do Conselho de Ministros nº 49/2008 e o Plano Nacional de Saúde Mental – PNSM - (2007-2016), é fácil concluir que a Saúde Mental é considerada uma prioridade da política actual de saúde.
Note-se que o Plano acima referido consagra a Saúde Mental como “uma prioridade de saúde pública”, alertando, ainda, para o facto de que “as equipas de saúde mental continuam a contar com um número escasso de enfermeiros”.
Atente-se, agora, nos Valores do PNSM: Saúde Mental indivisível da saúde em geral; direitos humanos; cuidados na comunidade; coordenação e integração de cuidados; abrangência; participação comunitária; protecção dos grupos especial- mente vulneráveis; acessibilidade e equidade; e recuperação. É com base nestes Valores, na Visão (“Assegurar a toda a população portuguesa o acesso a serviços habilitados a promover a saúde mental, prestar cuidados de qualidade e facilitar a reintegração e a recuperação das pessoas com esse tipo de problema”) e nos Princípios, que se pode concluir sobre o imenso campo de acção que se apresenta aos Enfermeiros, até aqui praticamente ausentes em todo o processo de mudança. E a mudança é clara, uma vez que se verifica na promoção da saúde mental, na prevenção da doença, nos cuidados na comunidade, redes, na criação de serviços na comunidade, nos cuidados na fase aguda prestados nos hospitais gerais, nos cuidados de proximidade, nas equipas multidisciplinares, promovendo o encerramento dos grandes hospitais psiquiátricos.Para as pessoas com doença mental grave, de que resulta a incapacidade psicossocial em situação de dependência, um diploma governamental, ainda em fase conclusiva (diploma este de acordo com o Decreto-Lei nº 101/2006 de 6 de Junho, que criou a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados), reconhece a necessidade imperiosa, numa perspectiva de promoção para a efectivação da reforma da Saúde Mental em Portugal, da “criação de respostas no âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, especificamente dirigidas e adaptadas a este contexto e particularidades.”Assim, a prestação de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental é assegurada em Unidades de diversas valências (contempla não só a convalescença como também as residenciais de média duração e reabilitação e de longa duração e manutenção, e sócio-ocupacionais) e por equipas de apoio domiciliário. No que respeita às respostas residenciais, serão asseguradas em residências: de treino de autonomia, de apoio máximo, de apoio moderado e autónomas. Actualmente, as competências dos enfermeiros na área da gestão são de tal modo reconhecidas que até a legislação vigente referencia que as direcções destes serviços, à excepção da Unidade de Convalescença, poderão ser asseguradas por enfermeiros. Especifica-se mesmo, no caso da residência de apoio máximo, que a direcção poderá ser assegurada por um enfermeiro da área da Saúde Mental.Assinalando mais um Dia Mundial da Saúde Mental, os enfermeiros reconhecem-na como saúde essencial para os indivíduos e para as comunidades, assumem a necessidade da promoção da saúde mental ao longo de toda a vida e empenham-se na concretização desse desiderato. Os enfermeiros sempre souberam estar, estão, e estarão na vanguarda nas diferentes áreas e dimensões da saúde. Do mesmo modo, os enfermeiros saberão estar à altura dos desafios que este novo paradigma de cuidados trará para a área da Saúde Mental.Fonte:Açoriano Oriental[Fim de Notícia]
Notícias » Destaque 10 / 10 / 2008 - 10 : 08

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